sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

plasma e sangue

plasma e sangue


( para Júlia, amiga querida)

as verdades seladas por baixo dos tapetes
os pecados cimentados dentre lajes e paredes
vomito as mentiras sujas na raiva que rezo:
- cólera que sangra no átrio da catedral

impotentes os santos apenas velejam pelo céu
desconhecem essa fome de pedra
que dói e crava :


_afiado punhal

já não me resta sequer um pedaço de fé

recuso o trigo dos pobres
renego a uva benta
dispenso a salvação

o que sou sei
-não a distorcida visão de olhos alheios

caminho em sozinhez a procura do segredo
agastamentos sem fim do meu próprio enredo

pela terceira margem permeio
já não mais aspiro os altos
menos me importam eternidades
finadas as minhas vontades

meu ódio mata-me
no sulco das veias goteja



o que sabem os santos de cada igreja?


nanamerij
fevereiro/2008

3 comentários:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

minha querida amiga!

Obrigada,muito obrigada por tão precioso presente. Vou guardar como guardei tudo que é seu e este ficará num cantinho especial do meu coração.

abraço e carinho meu

PS - disponha de meu email juliamoura.lopes@gmail.com

PS 2 - eu só não escrevo porque temo perturbar o seu desejo de solidão.

Unknown disse...

ju,sempre é tempo para vc. chegar.a porta está sem trancas, é só entrar.bjs,nana

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

vim aqui, para te deixar um beijo