quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

_soletrando o tom _


_soletrando o tom _


multidões habitam as grutas dos temores
suas vozes ecoam em gritos fundos-agudos
derramam nos vazios de minhas pálidas noites
palhetas entristecidas de todas as cores-dor

geme no vermelho - ira
canto dos alucinados
suspiram em amarelas-tristezas
elegias dos desesperados
solfejos verdes soletrando o medo
pincelam esmaecidas e agonizantes sombras
nas faces de serenidades amordaçadas

desfeito em lágrimas
escorre lamentoso o branco da paz

laranjas, carmins, malvas, vessis
unem -se em contrição
aos sépias, ocres, terras e cobaltos

ora barítonos...ora contraltos
editam melancólico coro- roxo-paixão


ressoando em negro é de pânico o refrão


ton sur ton este salmo gris


suplicantes acordes de misericórdia
regidos por desfalecido anil

partitura de sustenIdos
matizando prantos em todas as notas

exéquias urbanas
ofícios sacro-profanos
cortejo em cinzas da esperança- morta!

nanamerij

fevereiro/2008



Um comentário:

Anônimo disse...

minha poeta predileta... vc sumiu e a net ficou mais pobre sem vc, sem seus grupos, sem sua liderança. Saudades imensas...q me conta de vc?
beijos. e amei sua visita.